3 de fevereiro de 2010

Novo Velho Mundo

Existe um novo mundo lá fora.
E velho eu fiquei por esperar debruçado sobre os escombros de guerras terminadas.
Hoje sou apenas o apanhado de fins de frases ditas no calor das emoções, onde os destemidos se lançam sem pensar.

Existe um novo mundo lá fora.
E nele existem formas e modos para todas as coisas.
E nesse meio tempo em que estive atarefado com minhas necessidades surreais, não pude me adaptar a qualquer padrão estipulado como devidamente correto.

Existe um novo mundo lá fora.
Um mundo no qual meus pés sonham em alcançar, no qual meus dedos se esticam para tocar e meus olhos lutam para compreender tantas imagens diferentes.
E tolo eu fui por esperar que esse mundo viesse me buscar.

E ele veio

Me cerca sem deixar saídas, me engloba, me aperta contra as paredes, não pergunta o que penso ou quero, pois minha imagem ao relento não faz mais sentido frente a seus propósitos.
Me mastiga e destroi, suga meus sentidos e minhas palavras, me corroi os dentes, me seca a boca, me castiga com dores sem dar sinal de que vá me matar.

Mas no fundo ele vem para me salvar.

Abre meus olhos e bate na face.

Mostra o que no instante seguinte será velho como o que eu era e me deixa frente a uma mão de cartas novas em uma jogada previsível.

Antecipo a próxima jogada, passo a frente da destruição e quietude, enfrento os trovões do caminho e já sou um modelo adiante de qualquer evolução.

Existe um velho mundo lá fora, e com a certeza do que preciso, não mais ficarei para trás.