Tarde fria de segunda feira.
Uma leve garoa cai sobre os paulistanos que se aventuram pelas ruas da cidade.
Muitos andam apressados, atravessam os faróis sem olhar para os lados, tão fechados em seus próprios mundos, seus pensamentos.
Eu ando meio sem rumo, passando o tempo com uma boa caminhada da Consolação até a Aclimação, também enterrado em meu mundinho de idéias malucas, coisas por escrever e algumas musicas barulhentas.
Dizem algumas pessoas que a capacidade de enxergar além dos muros, do concreto e asfalto, das vitrines com seus fantoches fantasiados e de expressão mórbida, em busca de coisas simples como um passarinho em seu ninho ou uma folha de árvore correndo o chão com a brisa, tornou-se algo muito difícil nos dias atuais.
E nessa tarde em especifico, um evento atípico chamou atenção de alguns daqueles que passaram pelo coração de São Paulo.
Um imenso arco-íris se formou por sobre a Avenida Paulista, na altura do bairro Paraíso e, por alguns instantes, todos estavam olhando para o céu sorrindo, contemplando a união perfeita das cores formadas por entre as nuvens.
Alguns sacaram maquinas fotograficas e bateram fotos, outros ligavam para casa para contar a amigos e familiares o que estavam vendo. O transito fluiu mais lento, sem buzinas ou gritos. Um repórter interrompeu as filmagens com um entrevistado frente ao prédio da FIESP e pediu que seu camera man filmasse o céu.
Eu, parado próximo a Luis Antonio, esqueci do copo de café quente em minhas mãos e sentei em uma mureta de jardim para observar.
É difícil agora, enquanto escrevo, pensar que momentos como esse podem ser difíceis de ocorrer novamente nos próximos anos, devido a degradação constante a que impomos o planeta.
Mais difícil ainda acreditar em um futuro em que, tão cegos, nós seres humanos iremos por tanta beleza a perder apenas por pensarmos apenas em nossas vidas, por pensarmos que devemos tirar proveito ao máximo do que temos hoje de forma a ter prazer com coisas fúteis enquanto vivos, já que depois de mortos nada mais fará sentido.
Para os seres humanos não interessa mais o próximo ou os próximos, mas sim o quão grande será a fatia do bolo que irá saciar nossas vontades agora.
Basicamente, muitos pensam que nada importa depois de morrer, que será apenas um corpo morto.
Claro, ainda existem aqueles que acreditam, que tem fé, e não digo "fé" como algum deus ou ceita em que se acredita, mas a simples fé de que a vida continua assim como o mundo que nos cerca, e que de fato não sabemos nada sobre o pós morte para dizer se voltaremos ou não a habitar outro corpo, seja humano, seja uma simples flor no jardim.
O que fica claro nesse momento é que a natureza ainda persiste, ainda procura, de forma simples, se mostrar presente em nossas vidas, e hoje ela escolheu parar uma das avenidas mais importantes da cidade para fazer um protesto silencioso e belo para nos lembrar do destino para o qual temos caminhado.
Uma leve garoa cai sobre os paulistanos que se aventuram pelas ruas da cidade.
Muitos andam apressados, atravessam os faróis sem olhar para os lados, tão fechados em seus próprios mundos, seus pensamentos.
Eu ando meio sem rumo, passando o tempo com uma boa caminhada da Consolação até a Aclimação, também enterrado em meu mundinho de idéias malucas, coisas por escrever e algumas musicas barulhentas.
Dizem algumas pessoas que a capacidade de enxergar além dos muros, do concreto e asfalto, das vitrines com seus fantoches fantasiados e de expressão mórbida, em busca de coisas simples como um passarinho em seu ninho ou uma folha de árvore correndo o chão com a brisa, tornou-se algo muito difícil nos dias atuais.
E nessa tarde em especifico, um evento atípico chamou atenção de alguns daqueles que passaram pelo coração de São Paulo.
Um imenso arco-íris se formou por sobre a Avenida Paulista, na altura do bairro Paraíso e, por alguns instantes, todos estavam olhando para o céu sorrindo, contemplando a união perfeita das cores formadas por entre as nuvens.
Alguns sacaram maquinas fotograficas e bateram fotos, outros ligavam para casa para contar a amigos e familiares o que estavam vendo. O transito fluiu mais lento, sem buzinas ou gritos. Um repórter interrompeu as filmagens com um entrevistado frente ao prédio da FIESP e pediu que seu camera man filmasse o céu.
Eu, parado próximo a Luis Antonio, esqueci do copo de café quente em minhas mãos e sentei em uma mureta de jardim para observar.
É difícil agora, enquanto escrevo, pensar que momentos como esse podem ser difíceis de ocorrer novamente nos próximos anos, devido a degradação constante a que impomos o planeta.
Mais difícil ainda acreditar em um futuro em que, tão cegos, nós seres humanos iremos por tanta beleza a perder apenas por pensarmos apenas em nossas vidas, por pensarmos que devemos tirar proveito ao máximo do que temos hoje de forma a ter prazer com coisas fúteis enquanto vivos, já que depois de mortos nada mais fará sentido.
Para os seres humanos não interessa mais o próximo ou os próximos, mas sim o quão grande será a fatia do bolo que irá saciar nossas vontades agora.
Basicamente, muitos pensam que nada importa depois de morrer, que será apenas um corpo morto.
Claro, ainda existem aqueles que acreditam, que tem fé, e não digo "fé" como algum deus ou ceita em que se acredita, mas a simples fé de que a vida continua assim como o mundo que nos cerca, e que de fato não sabemos nada sobre o pós morte para dizer se voltaremos ou não a habitar outro corpo, seja humano, seja uma simples flor no jardim.
O que fica claro nesse momento é que a natureza ainda persiste, ainda procura, de forma simples, se mostrar presente em nossas vidas, e hoje ela escolheu parar uma das avenidas mais importantes da cidade para fazer um protesto silencioso e belo para nos lembrar do destino para o qual temos caminhado.