17 de maio de 2013

AURIN

A alguns anos atrás fiz uma tatuagem nas costas.
Essa tatuagem significava muito para mim na época.
Eram duas cobras, uma negra e uma branca, entrelaçadas, mordiam uma a calda da outra, uma espécie de cópia da imagem do infinito, mas com um significado diferente do habitual.
Muita coisa aconteceu desde então, e foram tantas as jornadas pelas quais me aventurei que seu significado, bem como de onde provinha tal simbolo, tornou-se desgastado e então esquecido.
Mal sabia eu que todos os caminhos estavam certos, e que invariavelmente acabaria no mesmo lugar.
O simbolo tatuado em minhas costas é a cópia do AURIN, um amuleto que lhe concede todos os desejos que tiver, porem lhe cobra uma de suas memórias em troca, e desde o dia que reproduzi sua imagem em tinta na minha pele, tenho feito desejos atrás de desejos, ao ponto de esquecer quem eu realmente era.
No livro, “História sem Fim”, contando o que se passa de uma forma que não entregue todo o jogo, os desejos guiam o personagem até sua vontade única, até seu desejo derradeiro que, ao mesmo tempo em que lhe mostra o que quer, lhe cobra sua ultima lembrança, esquecer a si mesmo, seu nome, esquecer quem você é.
Foi isso o que esqueci, quem eu era de fato, e mais uma vez me vejo frente a minha vontade absoluta que, nada mais é, que o amor.
Sim, minha vontade única é amar, é dar amor da forma mais pura, a, praticamente, me doar por inteiro por amor, e esse é o dom mais precioso, é o que faz eu ser quem sou e fazer as coisas que faço.
Porem, voltando a questão do simbolo AURIN, as cobras se prendem por uma razão obvia. Nenhum mal é absoluto ao ponto de bem algum lhe vencer as forças, bem como o contrario que se aplica, portanto uma segura a calda da outra de forma a controlar e balancear o rumo da vida.
Caso se soltem, o mundo tornaria-se uma loucura e certamente acabaria.
O fato é que ser bom demais invoca certa carga de coisas ruins, traz para sí, inevitavelmente, atitudes maléficas de outros, quase como algo incontrolavel e basicamente inevitável.
Fui bom com muitos, dei meu melhor e sofri demais, da mesma forma que fui malvado de forma absoluta com outros e o bem mostrou-me como as coisas deveriam ser.
O simbolo em minhas costas significa o meio termo, o ser bom e o ser mal. O ser balanceado sem esquecer quem eu sou, mas ao mesmo tempo sem esquecer o que as pessoas representam.
No final, o simbolo nas minhas costas representa  amar as pessoas e o amar a mim mesmo, nem mais, nem menos.
Hoje me banho nas águas da vida, mais uma vez esqueci quem sou para reaprender o que significa o amor que sinto, e mais uma vez me ponho no eixo.
Vou seguir o fluxo da vida, dando meu melhor para tudo e todos, inclusive para mim mesmo, não importa o que aconteça.

2 comentários:

Anônimo disse...

Paz E Bem...
Gostaria de deixar aqui um site com experiências que te
ajudarão quem sabe, no seu despertar.
Abraço Fraterno.
Bia
https://www.youtube.com/watch?v=oLZ4Jtb0Xtg

Fernanda disse...

Adorei o que escreveu, vivo um momento de esta guinação faço uso de remédios controlados, simplesmente por que não consigo encontrar esse equilíbrio.
Me doou até me ferir, depois firo por me doar de mais.

E é difícil para as pessoas a nossa volta entender isso.

Espero que tenha continuado nesse caminho, de aceitar sua imperfeição.

Abraço.