20 de dezembro de 2015

Sobre o monologo irreal

Durante o dia devo criar em média uns mil e quinhentos textos diferentes em minha cabeça.
Ao longo do dia esqueço um por um, metodicamente, como se nada tivesse acontecido.
Ai chega o dia em que encontro alguém para discutir, filosofar, argumentar sobre assuntos diversos de forma agressiva até, e me deparo com algo estranho.
Como pode alguém que argumenta, que pensa e forma uma ideia "x" querer a todo custo expor sua ideia e não escutar nada do que o outro tem a dizer? Como lapidar sua própria certeza sem colocar a prova sua ideia escutando o que outras pessoas tem a falar sobre o caso?
Respeito a ideia de cada ser humano, ainda que não seja a mesma que a minha, que não a aceite, e ao escutar pela primeira vez tento não julgar o que me é dito exatamente para não avaliar precipitadamente.
Mas e quando alguém impõe o que pensa de tal maneira a ir contra qualquer coisa que você diga, inclusive insistindo em um monologo pré montado, bloqueando até qualquer tipo de resposta por não aceitar ser interrompido?
Não sou extremista, nunca gostei de extremismos por não acreditar que eles forneçam uma ideia fiel a realidade, mas sim algo viciado pela opinião própria e fatos corrompidos. Sempre acreditei que exista casos e casos e que tudo deve ser avaliado de forma neutra e exclusiva, pois, para mim, a vontade humana de fazer o bem ou o mal não se pode ser colocada em uma tabela com uma média, mas sim vista sob o aspecto particular de cada indivíduo.
Ou seja, antes de julgar o ocorrido, entenda a história, compreenda o que aconteceu, e conheça quem participou, um por um. Só assim é possível ter uma ideia mais próxima do ocorrido.
Exemplo? Acreditar que pessoas pobres são segregadas pelo meio em que vivem, pelo capitalismo ou por qualquer outra força externa me parece pouco provável, já que cada um é dono de si mesmo e pode guiar seus passos muito bem a partir do momento em que tem plena noção do que se está fazendo, e hoje em dia, me corrijam se eu estiver errado, acontece muito cedo, ou pelo menos muito mais cedo do que quando eu tinha 15 anos, anda que exista a necessidade de se estudar caso a caso.
O fato é que todos podemos aprender, ganhar mais conhecimento e mudar nosso mundo particular, indiferente do meio em que vivemos ou da forma que fomos criados.
Cada um tem poder sobre seu próprio destino e sobre o que quer fazer a seguir.
Existem milhares de atenuantes e problemáticas, já que estamos sempre suscetíveis as vontades de terceiros ou a acasos fora de nosso controle, mas inevitavelmente todos iremos viver até onde for possível, e essa é uma escolha particular, uma vontade própria, um ato deliberado de uso do pensamento individual para seguir em frente.
Então não me venha com essa história de que não temos poder sobre nossas vidas, de que não tenho forças para alcançar níveis maiores ou ser alguém melhor ou com mais recursos.
Só mexendo com meu livre arbítrio pra me fazer escrever assim mesmo...

Um comentário:

Ana P. disse...

eu acho importante ouvir o que o outro tem a dizer, especialmente se vai de encontro com meus pensamentos, me guardando o direito de não ser obrigada a ouvir bobagens (coisas genéricas e imbecis ao meu ver, tipo "todo gay tem que morrer", coisas extremas assim). afinal, como vamos formar opinião se ouvimos só um lado da história? mas a pessoa que não aceita ouvir argumentação, não quer conversar, quer discursar.

e aí, né... eu não montei palanque pra ninguém. acho que você também não. então se reserve o direito de dar três beijinhos e sair de fininho se perceber que o diálogo não é possível.