7 de agosto de 2008

Paranóia (parte 1)


Entrou batendo a porta do apartamento, trancando em seguida uma porção de trancas de diferentes formas. Ligou o alarme, antes observando a seu redor para ver se ninguém a observava digitar a senha numérica de vários números.

Verificou a tranca das janelas e se as mesmas estavam bem fechadas, olhou em baixo da escrivaninha, em cima do lustre no teto, atrás da pia do banheiro, em baixo da cama, dentro do armário, nas entranhas do pequeno e desprotegido Fluffy (seu ursinho de pelúcia), entre tantos outros lugares e frestas possíveis à procura de algum tipo de escuta, radio transmissor e até bombas.

Sentou-se na cama e, de olhos fechados, começou a aplicar uma técnica hindu de alta percepção energética, para saber se havia alguém por perto, mesmo sabendo que tal técnica nunca deu sinal de efeito, mas acreditava que o livro que ensinava dizia a verdade, e o que estava escrito nos livros para ela era lei.

Abriu os olhos rapidamente. Não podia demorar muito naquela atitude, pois poderia ser atacada pelas costas, sem a menor chance de se defender!

Sorrateiramente, agarrada ao pequeno Fluffy, pôs a mão sob o travesseiro e retirou sua Beretta, idêntica a que o conhecido agente 007 usava em suas aventuras. Acreditava ela que tendo uma pistola igual à do maior espião do mundo ela estaria a salvo de qualquer invasor indesejado, podendo sacar a qualquer momento a arma de baixo do travesseiro e eliminar o transgressor da lei e da ordem. Verificou se estava carregada e destravada, a recolocando mais uma vez no lugar de onde saíra.

Sentindo-se mais segura, sentou na pequena cadeira em frente a escrivaninha, abrindo uma das gavetas e tirando um grande rolo de papéis. Observou mais uma vez a seu redor e, consciente de que ninguém a vigiava, abriu os papéis, que na verdade eram uma porção de mapas, planos de fuga e de ataque, lembretes de onde estavam localizadas as armadilhas pela casa e uma grossa pasta onde se podia ler em letras garrafaisULTRA-SECRETO”.

Vagarosamente abriu a pasta, tomando cuidado para que apenas ela pudesse ver o conteúdo da mesma, impedindo a visualização por qualquer outro ângulo que não fosse o que ela estava. Leu espantada as primeiras linhas do documento, e disse para si mesma, apertando os olhos e raspando os dentes:

- Esses malditos sanguinários... Querem me atacar? Que venham! Estou preparada para eles...

Um comentário:

Anônimo disse...

Poxa... você corta bem nessa parte??? Manda as próximas!!! ;)