30 de dezembro de 2008

Asas as Cobras

Quem foi que lhe disse

Que poderíamos voar

Sem asas

Um sem o outro?

É apenas a perdição

A lua em meio as nuvens

E nem todo amor do mundo

Poderá salvá-la

Só o tempo

Só o vento

São madrugadas vazias

Chuva na janela

Dizendo para acordar

Ainda não sofri o bastante

Os delírios recomeçam

Do aquário ao tamanho do quarto

Não espero delicadesas do tempo

Mas sim um final prolongado

A solidão é só mais um convite

Um café talvez

E vou me perder

O resto do tempo

Posso voar

Já o fiz varias vezes

Da janela ao asfalto

Mas não essa noite

Tentemos algo diferente

Vou sorrir para as paredes

Cantar musicas estranhas

Bolar grandes festas

Para convidados invisíveis

Vou acordar pela manhã

De todos os meus sonhos

Lúcidos ou não

Meus ou não

Voar não é mais necessário

De asas as cobras

Vou com minhas pernas

Ao inferno se preciso

Salvar minha alma

Nenhum comentário: