4 de fevereiro de 2009

O Cavaleiro e a Guardiã


Acordo todas as manhãs, visto uma armadura metálica cheia de placas que cobrem meu corpo, de forma a não deixar nem um ponto visível para meus inimigos.

Não é tão brilhante como deveria, e na realidade, não me protege muito bem, e o tempo já fez com que ela ficasse enferrujada em alguns cantos, rangendo a cada passo que dou como se estivesse sempre molhada por chuva intensa.

Minha espada, essa eu mantenho intacta, e não a retiro da bainha por qualquer motivo, pois não se luta pelo bem ou pelo mal, pois cada um tem uma concepção muito diferente do que essas “benfeitorias” podem ser. O que é bom para mim, nem sempre é bom para meu semelhante, então prefiro me manter calado boa parte do tempo, do que iniciar uma batalha por algum motivo besta.

A guerra de nada me serve, já que tenho minha fala como melhor arma para resolver qualquer diferença.

Já estou a um bom tempo nessa jornada em busca de meu cálice sagrado, e agora que encontrei, abandono meu traje pesado e meus dias de luta e busca.

Cheguei a pensar que nunca o encontraria, que era uma ilusão acreditar que seria possível, e que nesse novo mundo não havia mais lugar para homens como eu, da velha guarda, que acreditavam na vida plena.

E repentinamente, em meu acampamento, um brilho intenso me acorda em meio a uma noite de chuva. A guardiã aparece, sorrateira, rápida, se apresenta com algumas palavras e me domina por inteiro.

E não era necessário lutar, nem sequer mover um músculo contra, pois ela, na realidade, era meu cálice, a dama que carregava consigo tudo o que procurei em tanto tempo perdido.

E qual é a minha surpresa hoje saber que estivemos nos mesmos lugares, tão próximos, mas por questões temporais, ainda eram os momentos errados.

Seguíamos nossos passos, escutávamos nossas vozes chamando um pelo outro, nossos pensamentos se cruzavam como que guiados a um destino certo, precisávamos apenas um do outro.

E que bela guardiã é ela, guardando o fogo da vida dentro de sí como que brincando com as chamas do sol, me oferece um sorriso destruidor, um olhar que me atravessa, mãos que tocam minha pele e me aquecem, me protegem num abraço eterno.

Guardiã de meu cálice, guardiã de minha alma, guardiã do meu amor.

Tenho ela comigo agora, e nada mais me falta nessa vida, mas preparo minha armadura deixando ela como nova, guardo minha espada novamente na cintura me preparando para novas batalhas, pois por mais que eu saiba que não preciso mais procurar, sei que meu objetivo agora mudou, e que tenho de protege-la a qualquer custo.

Sou o guerreiro banhado em prata, o homem que monta em seu cavalo todas as manhãs, aquele que vê o mundo e cruza o infinito, aquele que desafia qualquer coisa, tudo isso para estar ao lado de sua guardiã, que chegou para salva-lo.

Estamos juntos agora, e nossas vidas começam aqui.

4 comentários:

Nina disse...

Ai meu deus, assim eu desidrato amor...

T_T

Que lindo...

"Sois o guardião de quem todos falavam, aquele que tocaria meu coração, tomaria meu fogo em suas mãos, e delicadamente me beijaria..."

Ahh que eu vou replicar isso.

TE AMO!!!!!!!!

Ana P. disse...

Eu particularmente adoreeeeeeeiiiiiii a alusão dos fatos. Porra, um dia, eu quero escrever bem assim.

Mas tem corações que nasceram pra isso, e o meu nasceu mais para o cotidiano e as coisas mais palpáveis.

Eu não vejo o amor, acho que por isso não acredito nele.

Mas que vocês enfrentem as batalhas do palpável sempre juntos, sempre amando, sempre felizes!

^_^

Ana P. disse...

E as pessoas começam a amar e começam a postar menos...


preciso começar a me acostumar com a idéia de que vida de nerd é só a minha, tem gente que tem coisa BEM mais interessante pra fazer do que ficar postando, AHUHAUAHUHAUAHUAHUAHUHAUA!

Piero M. disse...

É falta de tempo mesmo moça! Muito trabalho duas semanas antes do campeonato que vou participar... Tá osso! Mas vou voltar em breve!