Acordei e o sol nem estava no céu.
Sair desse horário em São Paulo seria considerado crime, passível de cadeira elétrica ou um dia de trabalho medíocre, mas sai da cama quentinha assim mesmo.
Banho quente para dar uma acordada, passo aquele desodorante resistente até a bomba atômica, pego o chapeu do caseiro emprestado e me preparo para o café.
Mesa posta, ninguém por perto. É como se fantasmas prodígios andassem pela cozinha montando seus pratos e deixando tudo pronto, e depois desaparecessem, com o sentimento de missão cumprida.
Tomo um café delicioso, um pedaço enorme de bolo de fubá melhor que o de minha mãe, pão com manteiga fresquinho e quentinho, possivelmente tirado do forno minutos antes de chegar eu adentrar pela cozinha.
Dali a meia hora parte o velho trator Massey Ferguson todo enferrujado, levando atrás uma caçamba cheia de gente a caminho da lavoura para colher o tão precioso fruto, que põe comida na mesa todo mês, mas hoje não quero ir com eles.
A sensação que me dá ao subir o morro naquele trator é a de que a qualquer momento ele pode virar e jogar todo o povo montanha abaixo.
Lembro do comentário do caseiro no dia anterior, que para visitar a fazenda eu poderia ir de carro ou tentar um dos cavalos.
Me indicou o Jerônimo, de nome inspirado por um dos personagens da novela Irmãos Coragem, da Janete Clair.
E lá fui eu, cinco e pouco da matina, mais Jerônimo, uma bolsa com itens obrigatórios como água, comida e uma caderneta. Morro acima, para depois cair em uma clareira que dava acesso a plantação de café.
Nesse momento senti como a vida na cidade me privava de milhares de coisas que só senti ali, naquele campo lindo cheio de árvores, com frutinhos vermelhos e amarelos esperando por serem colhidos.
E compreendi também que o Jerônimo tinha um sério problema de pender para a esquerda, tropeçando nas próprias patas vez por outra, quase me levando ao chão.
Em certo momento parei próximo a um riacho, água cristalina, amarrei o Jerônimo em uma árvore onde podia petiscar um pouco de capim, me joguei ali próximo e tirei a soneca mais gostosa da minha vida.
Acordei duas horas depois, o cavalo me olhando com cara de quem estava de saco cheio de ficar ali dando sopa. Escrevi algumas coisas sem sentido sobre natureza e liberdade, me levantei e fui correr pelo resto da fazenda.
E pensar que foi só chegar de volta ao casarão e um monte de papéis cheios de burocracia já me esperavam sobre a mesa de mogno da sala.
Grande coisa, já que antes do entardecer iria dar minha volta novamente.
Sair desse horário em São Paulo seria considerado crime, passível de cadeira elétrica ou um dia de trabalho medíocre, mas sai da cama quentinha assim mesmo.
Banho quente para dar uma acordada, passo aquele desodorante resistente até a bomba atômica, pego o chapeu do caseiro emprestado e me preparo para o café.
Mesa posta, ninguém por perto. É como se fantasmas prodígios andassem pela cozinha montando seus pratos e deixando tudo pronto, e depois desaparecessem, com o sentimento de missão cumprida.
Tomo um café delicioso, um pedaço enorme de bolo de fubá melhor que o de minha mãe, pão com manteiga fresquinho e quentinho, possivelmente tirado do forno minutos antes de chegar eu adentrar pela cozinha.
Dali a meia hora parte o velho trator Massey Ferguson todo enferrujado, levando atrás uma caçamba cheia de gente a caminho da lavoura para colher o tão precioso fruto, que põe comida na mesa todo mês, mas hoje não quero ir com eles.
A sensação que me dá ao subir o morro naquele trator é a de que a qualquer momento ele pode virar e jogar todo o povo montanha abaixo.
Lembro do comentário do caseiro no dia anterior, que para visitar a fazenda eu poderia ir de carro ou tentar um dos cavalos.
Me indicou o Jerônimo, de nome inspirado por um dos personagens da novela Irmãos Coragem, da Janete Clair.
E lá fui eu, cinco e pouco da matina, mais Jerônimo, uma bolsa com itens obrigatórios como água, comida e uma caderneta. Morro acima, para depois cair em uma clareira que dava acesso a plantação de café.
Nesse momento senti como a vida na cidade me privava de milhares de coisas que só senti ali, naquele campo lindo cheio de árvores, com frutinhos vermelhos e amarelos esperando por serem colhidos.
E compreendi também que o Jerônimo tinha um sério problema de pender para a esquerda, tropeçando nas próprias patas vez por outra, quase me levando ao chão.
Em certo momento parei próximo a um riacho, água cristalina, amarrei o Jerônimo em uma árvore onde podia petiscar um pouco de capim, me joguei ali próximo e tirei a soneca mais gostosa da minha vida.
Acordei duas horas depois, o cavalo me olhando com cara de quem estava de saco cheio de ficar ali dando sopa. Escrevi algumas coisas sem sentido sobre natureza e liberdade, me levantei e fui correr pelo resto da fazenda.
E pensar que foi só chegar de volta ao casarão e um monte de papéis cheios de burocracia já me esperavam sobre a mesa de mogno da sala.
Grande coisa, já que antes do entardecer iria dar minha volta novamente.
Um comentário:
Er... fico imaginando o quanto minha vida mudaria no isolamento total.
Minha vida mudaria no isolamento total?
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