30 de junho de 2009

A Raposa


Dos campos de trigo me chegam lembranças
de teus passos cruzando o caminho
pequenos pés saltando distancias
seguindo assim sozinho
Me chega de repente
pergunta quem sou
não me vê como gente
mas não sente temor
Sou a raposa
do desejar e sentir-se desejado
sou a força
para não esquecer de seus laços
Sou bicho e sou homem
ou seria eu o contrario?
somos iguais no ponto de vista
mais visitas e saberá do que falo
Procura por homens
que empunham facas e machados
me caçam, me querem morto
e esquecem de seus próprios passados
Minha verdade é assim inconcebível
é o bem e o mal enlatados
não considera a realidade como todo
já que o que vence é sempre o fato
O bom para mim pode não ser para você
e o que outros fizerem pode não ser justificado
mas o momento não impõe facilidade
um dia poderei ser sacrificado
Por isso não venha cedo
não chegue sempre no horário
a rotina mata toda a surpresa
aos olhos de quem é observado
Sente aqui comigo
me deixe ver seus sonhos guardados
esperemos o por do sol
em mais um dia memorável
E seremos dois em cem mil
não mais iguais a todos os outros
raposas sobre a macieira
cuidando de nossos frutos amados

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
- Fala da Raposa, do livro O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry-

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