6 de maio de 2009

Cabelos

Algumas horas passaram e penso em seus cabelos.
Estranho ter a imagem de uma pessoa em mente e lembrar do fato que mais chama a atenção.
Eu era só um estranho, encostado ali no balcão do bar no principio da noite, depois fui forçado a prosseguir em busca de mais um vislumbre do seu sorriso.
Saia do salão atordoado, seguia milhares de perfumes tentando identificar qual era aquele que teve a honra de ser escolhido para representar seus desejos, seus gostos, seus cabelos.
Do lado de fora consegui olhar em seus olhos, brilhantes, como duas armas carregadas me perfurando por ter cometido o insulto de apenas mergulhar sem pudor algum naquele mar incrivelmente belo.
Segui meu caminho novamente para dentro do salão, meio calado.
Meus amigos perguntavam o que tinha acontecido, porque minha aparência estranha, porque tanto torpor se a única coisa que havia feito foi olhar em seus olhos, ainda que por alguns instantes sem tanta importância.
Digo aos que querem ler minhas palavras que homens no geral não percebem as pequenas nuances que dividem uma mulher de uma menina, e como é bom saber que essa pequena linha as vezes, de tão tenue, torna-se tão importante.
É pelo charme, pela forma como dança e passeia os pés pelo piso, como sorri para poucos e perturba com seu olhar lancinante, como leva seu cabelo de um lado a outro e comete o maior dos pecados que é prende-lo.
Poucos homens observam e admiram o charme de uma mulher como essa.
Tolos.
Dei mais alguns passos, esquentei mais o wisky em minha mão, pensei em escrever algo de sobressalto, mas o que tinha de fazer na realidade era apenas informar o quão injusto foi sua atitude de prender o cabelo.
Não que não tenha ficado bonito, pois esse é outro toque feminino que geralmente passa despercebido, mas soltos... bem... a magica era mais forte.
Tomei coragem, andei os poucos passos de distancia como quem caminha com sapatos de chumbo, respirei fundo e mergulhei novamente em seu olhar quando interrompi drasticamente a conversa entre amigas.
Agora, horas depois desse encontro, escrevo esse pequeno texto para explicar o que provavelmente não ficaria tão esclarecido em um poema, ainda que o que eu tenha prometido seja exatamente o contrario, mas, como naquele momento em que disse que ficava mais bonita de cabelos soltos, agora o momento pede que eu diga novamente.
Você fica mais bonita de cabelos soltos.

6 comentários:

Ana P. disse...

Aiiinnnnnnnn...

Quibunito. Tão bonito, simples e... bonito.

Tem nem o que dizer.

Anônimo disse...

sinto-me ainda mais lisonjeada..

Cris disse...

Cris

Cris disse...

ai, não sei mexer niss!

Piero M. disse...

Não tem problema Cris! Tem de começar de alguma forma!

Queria muito falar contigo... deixa teu e-mail!

Bom saber que passou por aqui... tinha perdido as esperanças!

Anônimo disse...

cris_bei@hotmail.com