16 de maio de 2009

A Forra

Já chegou a noite
e é hora de pintar meu rosto
vestir minha melhor roupa
e ir a guerra
para pegar o que é meu
Serei seu pior pesadelo
o fantasma em sua sombra
você vai onde estou
e te persigo nos pensamentos
Ei garota
não pense que é por maldade
ou uma espécie de vingança
quero apenas ir a forra
ignorar os que estiverem em meu caminho
recuperar minha felicidade
Meu sorriso negro
de lábios mortos por teu antigo veneno
vou despir-me do fino véu da morte
dissipar a doce e lenta agonia
Não espere que o tempo passe
será rápido para mim, lento para você
e na melhor das hipóteses
alguém enxugue tuas falsas lágrimas
Ei garota
tente resistir ao pessimismo
as coisas não poderiam estar pior
pois não se trata de vingança
mas apenas alguém que quer ir a forra

Interessante é encontrar essa poesia em uma agenda antiga que tenho. Lembrar dos motivos que me levaram a escrever tais palavras...
Passaram cinco anos desde que se fez necessário tanta raiva, e agora tudo volta de uma forma inesperada.
Já dizia Cazuza "Eu vejo o futuro repetir o passado/ Eu vejo um museu de grandes novidades/ O tempo não para"

Um comentário:

Ana P. disse...

Cada um veste o personagem que melhor lhe cabe.

O meu é o da solidão.