23 de janeiro de 2009

Prova


O camarada, enquanto moleque, não quer muito saber sobre escola, lição de casa ou uma professora chata pronta para brigar por qualquer motivo besta (seja entupir a privada com papel higiênico até socar um coleguinha que merecia umas porradas).

Quer saber de jogar bola na rua, se enfiar em qualquer buraco e voltar imundo pra casa, brincar, pular, sacanear os amigos, contar piadas sujas e falar palavrão.

Mas tem algo do qual ninguém nessa vida é capaz de escapar, e digo por experiência própria.

Provas

Vamos usar como exemplo aquele garoto pacato, que tem na professora o símbolo sexual da sua vida juvenil, que só quer saber de sentar na primeira cadeira para ficar prestando atenção nela, e não na matéria. Ai então a dita professorinha chega um dia com a medíocre ideia de dar uma prova para testar os conhecimentos da pirralhada.

Pronto, aquele símbolo desejável se torna a mais megera das bruxas, uma tremenda vagabunda de marca maior!

Ele não leva a sério, pinta e borda, brinca e se diverte, passando longe dos livros, até o dia do sacrifício.

A prova está posta a sua frente, um monte de questões que, ele sabe, que não sabe coisa nenhuma.

Durante aqueles quarenta e cinco minutos de banda sentada, ele se pergunta onde raios vai usar raiz quadrada, por que infernos tem de saber o nome do sacripantas que possuía uma das sesmarias, ou o porque de certas fórmulas químicas que ele nunca vai ter acesso.

Moral da história, nota baixa, recado pra mãe no caderno, umas palmadas do pai, férias longe da praia e um péssimo dia no fim das contas.

O garotinho cresce, e quando adulto, tendo terminado todos os tipos de ensino possível, para e pensa, ok, nunca mais vou ter de fazer uma maldita prova na vida.

Não vai é?

Prova de fogo, prova de bala, prova para carteira de habilitação, prova para a sua namorada que estava realmente em casa e não em alguma bodega tomando todas. Prova ai malandrão!

O caso desse escritor chega a algo parecido, já que todo dia alguém inventa uma prova diferente.

Um café novo para provar, um cappuccino que não passou na prova, um drink novo que tem de passar na prova e, meu atual tormento, uma prova de cardápio.

Mas diga ai Piero, o que vem a ser uma prova de cardápio?

Simples! Decorar todos os ingredientes de todos os pratos. Desde o tipo de arroz usado num risoto novo, até um grão utilizado num tabule de quinua.

Mas que diabos, o que vem a ser quinua?

Pois é, todo mundo pergunta, e é por isso que todos dentro do restaurante tem de saber, e responder bonitinho na prova, porque, se não passar, é RH na segunda feira de manhã e olho da rua.

Hoje, observando tudo pelo que passei quando pequeno na escola, posso dizer que as provas não são feitas para realmente testar nossos conhecimentos de forma a fixar tal informação na nossa cabeça, mas sim nos preparar para essas tantas outras provas que enfrentamos no dia a dia.

Agora só me resta fazer um bom café em casa e me preparar para estudar como um louco.

E que venham mais provas então!

2 comentários:

Nina disse...

ehuehueue...e no final deu certo.
Vc é bom!!
E quando digo bom, não digo bom, digo, O MELHOR!!!

Opa olha , eu vi seu ego correndo pra lá!!!

Rs...te adoro demais!!!!

BEEEEJU

Nina

Ana P. disse...

Acho que em prova de comida eu me daria bem melhor do que em provas do tipo "o que fazer se o cheque for devolvido pela compensação após o prazo e o cliente já tiver sacado o dinheiro?"

Boa sorte, beibe! Se dar bem nessas provas da vida é primordial, mas nesse caso, o benefício vai mto além do simples 'passar de ano'.